quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Carta escrita no Ano 2050

Acabo de completar 50 anos, mas a minha aparência é de alguém de 85.Tenho sérios problemas renais porque bebo pouca água.Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade.

Recordo quando tinha 5 anos. Tudo era diferente. Havia muitas árvores nos parques. As casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um bom banho de chuveiro. Agora usamos toalhas em azeite mineral para limpar a pele. Antes, todas as mulheres mostravam suas formosas cabeleiras. Agora, raspamos a cabeça para mantê-la limpa sem água. Antes, meu pai lavava o carro com a água que saía de uma mangueira. Hoje os meninos não acreditam que utilizávamos a água dessa forma.


Recordo que havia muitos anúncios que diziam para CUIDAR DA ÁGUA, só que ninguém lhes dava atenção. Pensávamos que a água jamais poderia acabar. Agora, todas as nascentes, rios, lagoas e mantos aqüíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados. Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados. As infecções gastrintestinais, enfermidades da pele e das vias urinárias são as principais causas de morte. A indústria está paralisada e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são as principais fontes de emprego e pagam os empregados com água potável em vez de salário. Os assaltos por um litro de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Antes, a quantidade de água indicada para se beber era oito copos por dia, por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo.


A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo. Tivemos que voltar a usar as fossas sépticas, como no século passado, porque a rede de esgoto não funciona mais por falta de água. A aparência da população é horrorosa: corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios ultravioletas que já não têm a capa de ozônio que os filtrava na atmosfera.Com o ressecamento da pele, uma jovem de 20 anos parece ter 40. Os cientistas investigam, mas não há solução possível. Não se pode fabricar água, o oxigênio também está degradado por falta de árvores, o que diminuiu o coeficiente intelectual das novas gerações. Alterou-se a morfologia dos gametas de muitos indivíduos. Como conseqüência, há muitas crianças com insuficiências, mutações e deformações. O governo até nos cobra pelo ar que respiramos: cento e trinta e sete m3 por dia por habitante adulto. Quem não pode pagar é retirado das “zonas ventiladas”, que são dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam com energia solar. Não são de boa qualidade, mas se pode respirar.


A idade média é de 35 anos.Em alguns países restam manchas de vegetação com o seu respectivo rio, que é fortemente vigiado pelo exército. A água tornou-se um tesouro muito cobiçado, mais do que o ouro ou os diamantes. Aqui não há árvores porque quase nunca chove. E quando chega a ocorrer uma precipitação, é de chuva ácida. As estações de ano foram severamente transformadas pelas provas atômicas e pela poluição das indústrias do século XX. Advertiam que era preciso cuidar do meio ambiente, mas ninguém fez caso. Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem, descrevo o quão bonitos eram os bosques. Falo da chuva e das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e lagoas, beber toda a água que quisesse. O quanto nós éramos saudáveis!Ela pergunta-me: -Papai! Por que a água acabou? Então, sinto um nó na garganta! Não posso deixar de me sentir culpado porque pertenço à geração que acabou de destruir o meio ambiente, sem prestar atenção a tantos avisos.


Agora, nossos filhos pagam um alto preço...Sinceramente, creio que a vida na Terra já não será possível dentro de muito pouco tempo, porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível. Como gostaria de voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto...... enquanto ainda era possível fazer algo para salvar o nosso planeta Terra!


Texto: publicado na revista “Crônicas de los Tiempos”

Água é direito e patrimônio de todos - Não à privatização da CEDAE

O então “candidato” Sérgio Cabral conseguiu votos para se eleger prometendo defender a empresa de água publica e estatal. No entanto, como já aconteceu com governadores anteriores como Marcelo Alencar ou Rosinha Garotinho, virou a casaca e decidiu privatizar a CEDAE.


O Sr. Wagner Granja Victer - presidente da Empresa e afilhado da ministra Dilma Russef- que recebe um polpudo salário como funcionário da Petrobrás, é o executor desta política. Ele cortou verbas e deixou de investir na empresa afetando assim a população, e está empenhado em derrotar a luta dos trabalhadores da CEDAE ameaçando-os de demissões. Fruto da falta de investimentos, os problemas nos serviços se repetem, tudo pensado e planejado para tentar justificar perante a população que a CEDAE “tem que ser privatizada” vendendo a falsa idéia que a empresa privada irá favorecer a maioria da população.


MENTIRA!. A privatização de serviços essenciais como a água, é parte da política dos governos e dos grandes empresários nacionais e estrangeiros, que pretendem se apropriar deste bem básico para obter mais e mais lucros prejudicando sobre tudo a população de menores recursos.
Mas á água é fonte de vida! E nenhum outro uso, de ordem política, de mercado ou de poder, pode se sobrepor às leis básicas da vida.


Os exemplos pelo mundo afora sobram para demonstrar que a privatização da água significou aumento de tarifas, péssima prestão dos serviços, prejuízos para a população e lucros astronômicos para as multinacionais.


Só os trabalhadores da empresa e os usuários podem defender de forma conseqüente a CEDAE, e lutar para que ela se mantenha estatal e seja verdadeiramente pública.
Entre nessa luta! Não permita a privatização da água! Some-se a campanha!

Você sabia?


A multinacional francesa Suez, uma das mais poderosas empresas do mundo na privatização da água implantou na África do Sul o sistema pré pago da água. Ele permite à gestora do recurso bloquear o fornecimento assim que se esgotam os créditos pagos, o que deixou as famílias mais pobres sem água criando uma situação de insalubridade sanitária nos bairros mais pobres daquele país..


Este sistema está sendo testado na cidade de Belém (PA) e representa uma monumental ameaça para nosso povo.


A General Electric (norte americana) e a Veolia Water (francesa) estão investindo na China para ficar com o “negócio” da água. Sob orientações do Banco Mundial defendem revisar a política tarifária, pois consideram que a água é “muito barata”. Assim, defendem que o gasto das famílias com água tem que ser de 5% do orçamento familiar, o que representaria brutais aumentos.
A multinacional Suez é uma das grandes construtoras de barragens no Brasil e, através das PPP’s (Parceiras Público Privadas) está prestes a abocanhar o serviço de água e saneamento no país.


Em Niterói, na Prefeitura do PDT com João Sampaio, quando Garotinho governava o Estado, foi autorizado para que uma companhia privada fizesse a distribuição de água no município. Vejam que negócio da China! Enquanto a CEDAE trata a água a companhia “Águas de Niterói” a compra da CEDAE por um preço insignificante, viabilizando seus lucros em prejuízo da CEDAE.


BOLÌVIA: Com luta conseguiram desprivatizar a água!



A mais heróica luta de um povo defendendo seu direito á água ficou conhecida como a “Guerra da Água”.


No ano 2000, a população da Cidade de Cochabamba, se organizou na Coordenadora da Água e da Vida.


O governo tinha entregado a água da cidade para a multinacional “Águas Del Tunari”.


Uniram-se camponeses, trabalhadores urbanos, intelectuais, donas de casa, estudantes. Fizeram assembléias com mais de 15 mil participantes. Atos e marchas com até 60 mil pessoas em uma cidade de pouco mais de 100 mil habitantes. Suportaram Estado de Sítio, repressão policial, mortos e feridos. A população indignada invadiu a prefeitura e em uma espécie de poder popular decidiram tudo. Foram mais de 3 meses de luta. A concessão que a empresa havia conseguido do governo, estabelecida no contrato que a empresa “não permitiria nenhum tipo de revisão do contrato”. A população não vacilou: “Então, o contrato será rompido”. Em onze de abril de 2000, após dias que marcaram a história de Cochabamba, o governo recuou e convocou às pressas o parlamento mandando buscar os deputados de jatinho para que votassem o rompimento do contrato com Águas Del Tunari. A água voltou a ser do povo